segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Toca Tocantins...


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Foto do canal inundado das Eclusas de Tucuruí.
Outubro de 2010.
Quando, ainda criança, cheguei a Tucuruí (86), já era muito batida a história e o reclamo de diversos segmentos da sociedade paraense pelo "desimpedimento" do trilho fluvial do Rio Tocantins.

9 de setembro de 1981, esta foi a data oficial de construção das eclusas de Tucuruí. As obras começaram com atraso em mais de cinco anos em relação às obras da hidrelétrica, que entrou em operação no final de 1984. Hoje, Tucuruí é a quarta maior do mundo e a maior inteiramente dentro do território brasileiro, depois de Itaipu, que é binacional.

29 anos depois

9 de novembro de 2010: um marco regional. Aos ribeirinhos, em especial, rio constitui-se, inequivocamente, em caminho democrático. Qualquer um pode acessar e, a partir dele, parar onde quiser, estabelecer as relações – pessoais e de produção – que escolher. O Pará, a partir do próximo 9 de novembro terá história nova a ser contada por toda a nossa gente. Com a trilha desimpedida, as pessoas voltarão para as margens ou nelas encontrarão sua nova morada ou área de convivência. Além disso, a possibilidade de um transporte mais barato fomentará as atividades humanas.

A hidrovia do Tocantins-Araguaia terá um efeito multiplicador de divisas e esse é novo fenômeno regional que Tucuruí se insere. Esse é o novo debate imposto por razões óbvias que vão desde a posição estratégica de "acolher" um empreendimento grandioso a ser a nova ZONA PORTUÁRIA do Pará exportador e eixo de exportação do Centro-Oeste brasileiro.

Ficar a ver navio passar, nem pensar! Dentre as muitas perguntas que já estão na ordem do dia, destacam-se: Onde deve ser instalado o Porto de Tucuruí, à montante ou à jusante? Quem deve administrar as eclusas? As eclusagens serão tarifadas? Quem estará isento? Que [porte] embarcações farão o translado? Quanto às diversidades ambientais, sócio-culturais e econômicas, que programas serão criados?

Creio, muitos conflitos existem. Outros serão instalados. Mas o que realmente importa é que não podemos nos contentar em ser município colônia - mais uma vez colônia.

E toca Tocantins...
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